MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS

Evidentemente que não estamos falando de uma deficiência só. Trata-se de um volume vasto de situações, porque existem malformações de natureza congênita, deformidades de várias ordens e outros tipos de anomalias que levam a deficiências de gravidade variada. Malformações congênitas podem ser do sistema nervoso (espinha bífida, por exemplo). Elas podem também afetar os olhos, os ouvidos, a face e o pescoço. Há aquelas do aparelho circulatório e do aparelho respiratório.
As malformações do sistema osteomuscular são as mais visíveis e que levam mais pessoas para os programas reabilitacionais. Lesões osteomusculares de nascimento podem atingir os quadris, os pés, a face, a coluna, o tórax, a cabeça.
Crianças também nascem com defeitos por diminuição de membros inferiores ou superiores, ou ambos. Temos vários tipos de nanismo (vejas as síndromes de Aarskog, Cockayne, De Lange, Dubowitz, Noonan, Prader-Willi, Robinow-Silverman-Smith, · Russell-Silver, Seckel, Smith-Lemli-Opitz).

Um exemplo: Spina Bífida

Spina Bífida (Mielomeningocele) é um mal de natureza incapacitante dos mais sérios. Leva, de um modo geral, a deficiências múltiplas das mais limitadoras e a vidas de curta duração.
Uma das formas encontradas pela medicina moderna para reduzir drasticamente os problemas ocasionados pelo mal é por meio de uma intervenção cirúrgica pioneira no próprio interior do útero materno, em geral realizada quando o feto tem apenas 21 semanas de gestação.



Numa dessas cirurgias, o fotógrafo hospitalar Michael Clancy documentou o procedimento cirúrgico pioneiro. Nunca imaginou que sua câmara registraria talvez o mais eloqüente apelo a favor da vida, porque captou o momento exato em que o bebê tentou segurar um dos dedos do médico que o estava operando.
A foto, espetacular, foi publicada por vários jornais dos Estados Unidos e a sua repercussão cruzou o mundo até chegar à Irlanda, por exemplo, onde se tornou uma das mais fortes bandeiras contra a legalização do aborto.
A mãozinha que comoveu o mundo pertence a Samuel Alexander, cujo nascimento ocorreu no dia 28 de dezembro de 1992 (no dia da foto ele estava com apenas 3 meses de gestação!). Quando pensamos nesse nascimento, a foto fica ainda mais eloqüente, porque registra a vida do bebê literalmente presa por um fio. Os cirurgiões sabiam que não conseguiriam mantê-lo vivo fora do útero materno e que deveriam tratá-lo lá dentro, corrigindo profilaticamente a parte baixa de sua coluna vertebral - uma anomalia que acabaria sendo fatal - voltando a fechar o útero, para que o bebê continuasse o seu crescimento normal.
Por tudo isso, a imagem foi considerada como uma das fotografias médicas mais importantes dos últimos tempos e a recordação de uma das cirurgias mais extraordinárias registradas no mundo.